domingo, 23 de maio de 2021

CARNE BOVINA VILÃ DO MEIO AMBIENTE?

Pois é, depois do carvão, pode ser que agora chegue a vez da carne bovina vir a ser a grande vilã do meio ambiente, ela já vem sendo combatida e evitada por vários formadores de opinião ao redor do mundo, como principal causadora do aumento das temperaturas em nosso planeta e, é isso que vamos falar hoje, entre outros fatores que a cada dia reduz seu consumo.

Para começarmos a entender esta questão, iniciemos falando de uma grande pressão que se inicia através de alguns restaurantes e outras instituições ao redor do mundo, o Eleven Madison Park, do Chef Daniel Humm um dos melhores restaurantes de Manhattan, decidiu abandonar definitivamente a carne em seus cardápios, ele que em 2017 foi considerado o melhor restaurante do mundo. Fechado devido a pandemia Daniel prometeu que se ele reabrisse o restaurante seria com esse novo conceito. E não para por aí, o site de culinária Epicurious parou de postar novas receitas com carne bovina. 

O Culinary Institute of America está promovendo menus “à base de plantas”. Dezenas de universidades, como Harvard e Stanford, fazem a transição para refeições que respeitem o meio ambiente.


Mas porque tudo isso?

Existem três principais fatores que estimulam esta mudança: a principal delas é com relação a emissão de gases de efeito estufa em estudo realizado pela ONU foi constatado que a pecuária responde por 15% das emissões e onde grande parte dessas emissões são de gás metano, que vem a ser 21 vezes mais potente e poluente que o CO² por exemplo e está presente nas flatulências do Boi, em um estudo publicado pela Revista Science comparando o gado com outras culturas onde é dito que por grama/proteína a produção de carne bovina tem mais de seis vezes o impacto climático comparando com a carne suína, oito vezes que a carne de aves e treze vezes que a cultura de ervilha.

Além disso ainda na questão ambiental, temos também as grandes áreas foram desmatadas para dar espaço a pastos para a agropecuária bovina, o relatório alemão Fleischatlas 2021 (Atlas da carne 2021, em português) indica que 63% das áreas desmatadas na Amazônia servem de pasto para gado e, por isso, sugere que a carne bovina é um fator que impulsiona o desmatamento no Brasil. 


Outro fator a ressaltar está relacionado com a questão da saúde, que a comunidade científica e alguns médicos recomendam é o consumo de carne bovina em no máximo três refeições por semana para que você não incorra em doenças ou problemas de saúde como as cardio vasculares por exemplo e, existe até um termo a definir esse consumidor que já está seguindo esta orientações é o flextariano ou semivegetariano que na definição trazida do dicionário de inglês Oxford, é aquele que segue dieta vegetariana na maior parte do tempo, mas que, ocasionalmente, come algum tipo de carne.



São consumidores que já buscam uma alimentação mais saudável, aqui no Brasil uma pesquisa realizada pelo Ibope constatou que 52% da população já reduziu o consumo de carne a três refeições diárias ou menos que isso.

Uma boa dica da Chef Maria Helena Lopes da Porções de Amor é substituir a carne bovina pelos cogumelos, sendo eles ricos em proteína, mas tomem cuidado porque tem cogumelo que não dá pra comer, mas todos os cogumelos comestíveis possuem os mesmos benefícios, é um alimento de baixo valor calórico, alto valor proteico, versátil e muito saboroso. 


 Ainda temos também as questões filosóficas que condenam o abate e consequentemente o consumo de carne bovina, estudo realizado pelo instituto Ipsos aponta que 72% dos entrevistados acham que o consumidor deve ser informado sobre o sofrimento dos animais de produção, enquanto 57% afirmam que os estabelecimentos nem deveriam disponibilizar produtos originados com base em sofrimento animal.



Mesmo assim, práticas cruéis como castração sem anestesia e marcação a ferro são ainda comuns no país. O fato de o Brasil ser o maior produtor de carne bovina torna esse fato ainda mais alarmante.

E mais, aqui no Brasil ainda sem ter um grande impacto, mas que também deve ser considerada, o que seria uma quarta questão, está a parte financeira, que também causou a redução do consumo pela nossa população, a pandemia da Covid-19 provocou mudanças à mesa dos brasileiros, que cortaram o consumo de carne bovina para o menor nível em 25 anos, de acordo com dados do governo, que calcula a disponibilidade interna do produto subtraindo o volume exportado da produção nacional.

Não bastasse a perda de renda da população, os preços de cortes bovinos dispararam, na esteira de valores recordes da arroba do boi gordo, limitando o consumo interno, enquanto a China importa como nunca carnes do Brasil. Agora, cada brasileiro consome 26,4 quilos desta proteína ao ano, queda de quase 14% em relação a 2019 --quando ainda não havia crise sanitária. Este é o menor nível desde 1996, início da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Só nos primeiros quatro meses do ano, o consumo per capita de carne bovina caiu mais de 4% em relação a 2020, estima a Conab. 

Enfim o importante mesmo é que cada um de nós, pelo motivo que for, busquemos sempre cuidar e tratar melhor do nosso meio ambiente, para quem ainda não se atentou a isso, esse é o único planeta que temos, então vamos cuidar dele com carinho e cuidar de nós também, porque é mais que necessário, acima de tudo, equilíbrio em todos os sentidos.


Boa semana a todos!

sábado, 8 de maio de 2021

MARIE CURIE UMA MULHER QUE MARCOU SUA ÉPOCA, UM AGRADECIMENTO!

 

Em minha postagem anterior a esta, do dia 24 de Abril, dei um pequeno destaque a um filme que havia assistido, Radioactive (Radioatividade) e é justamente sobre isso que venho falar essa semana, sobre uma outra pessoa fantástica que muito contribuiu para todos nós com grandes descobertas na ciência.

Atriz Rosamund Pike no filme Radioactive no papel de Marie Curie

MarieCurie, como ficou conhecida, na verdade nascida sob o nome de Maria Salomea Skłodowska na Polônia, mas precisamente em Varsóvia, no dia 7 de novembro de 1867 e que veio a falecer em: 04 de julho de 1934.

A ciência que hoje no Brasil, segundo números do Censo de 2014 possui uma proporção equivalentes entre homens e mulheres ainda é pensada por aqui como tendo uma grande maioria do sexo masculino, isso principalmente pela forma como essa presença masculina domina os principais noticiários sobre ciência na TV brasileira, sempre com grande concentração de homens.

Agora imaginemos um cenário onde Marie Curie vem se destacar com suas descobertas entre o final do século XIX e o início do século XX?

Ela lutou por seu espaço foi uma gênia da ciência quando as oportunidades para as mulheres, especialmente na academia, eram escassas, apesar de ter terminado o colegial quando tinha apenas 15 anos, Marie  não conseguiu acesso  para a Universidade de Varsóvia na Polônia, por um motivo bem simples, a instituição não aceitava estudantes do sexo feminino, então com 17 anos, ela resolve se mudar para Paris afim de estudar física na Universidade Paris-Sorbonne.

Opta por morar em um apartamento que não lhe trazia o menor conforto, péssimo na verdade, mas que era próximo da universidade, que a facilitaria muito em seu propósito, lhe dar mais tempo para estudar.

Uma vida difícil, mas que nunca a fez desistir, vivia sem dinheiro, e por muito tempo sobreviveu de pão e chá.

Mas, no final do curso ela colheu os frutos do esforço: foi uma das melhores alunas de sua turma, recebeu o diploma em física em 1893 e ganhou uma bolsa para estudar matemática na mesma instituição.

Então ao estudar a descoberta da radioatividade espontânea, feita por Henri Becquerel, Marie e seu marido Pierre desenvolveram a teoria da radioatividade e, ela vem a descobrir que é possível medir a força da radiação do urânio; que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade de urânio ou tório no composto e que a habilidade de emitir radiação não depende da disposição dos átomos em uma molécula e sim com o interior do próprio átomo.

 

Marie e Pierre

Quando percebeu então que alguns compostos tinham mais radiação do que o urânio, Marie sugeriu a existência de outro elemento com mais radiação do que o urânio e o tório e, ela estava certa: em 1898, ela e Pierre descobriram dois novos elementos radioativos, o rádio (900 vezes mais radioativo que o urânio) e o polônio (400 vezes mais radioativo que o urânio), cujo nome é uma homenagem à Polônia, sua terra natal.

Em 1903, Marie e seu marido Pierre dividiram o Prêmio Nobel de Física com Henri Becquerel pela descoberta da radioatividade e, em 1911, a cientista foi agraciada com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta e pelos estudos em torno dos elementos rádio e polônio. Ela foi a primeira pessoa e única mulher a ter ganhado o Nobel duas vezes em áreas distintas.

O Casal no laboratório

Essas descobertas foram de grande contribuição para a medicina, com o desenvolvimento dos até hoje muito conhecidos aparelhos de raio-x, que foram de suma importância durante a primeira grande guerra, onde Marie foi a campo levando aparelhos portáteis para ajudar nos cuidados dos soldados feridos.

No Brasil

Em agosto de 1926, após longa viagem vinda de Paris, Marie Curie desembarcou em Belo Horizonte para uma conferência na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais sobre a radioatividade e suas possíveis aplicações na medicina. Em sua mala, trazia duas agulhas de rádio usadas na irradiação de tumores.

Durante a visita, a cientista aproveitou para conhecer o Instituto de Radium de BeloHorizonte, primeiro hospital especializado no uso da radioterapia contra o câncer no Brasil — e para o qual doou as agulhas.

Marie Curie em Belo Horizonte

 As circunstâncias que permitiram sua criação quatro anos antes, em setembro de 1922, surgiram em meio a uma atmosfera de cruzada contra a doença, sobretudo na Europa, no início do século XX, que incentivou médicos brasileiros, como Eduardo Borges Ribeiro da Costa, a expandir suas pesquisas em radioterapia.

Em 1920, ao voltar de uma temporada de estudos na Europa, onde conheceu a cientista e a sua obra, o médico se viu diante do aumento dos números de casos de câncer em Minas Gerais.

Frente à situação, Borges da Costa, especialista na extirpação de tumores com o bisturi, conseguiu apoio do então presidente do estado, Arthur da Silva Bernardes, para a construção do Instituto de Radium. Erguido nos fundos da Faculdade de Medicina da Universidade de Belo Horizonte — hoje Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) —, o instituto tinha como objetivo o estudo e as aplicações terapêuticas dos raios X e do rádio, elemento químico identificado por ela e seu marido alguns anos antes.

Essas tecnologias, além de recentes, eram difíceis de ser manejadas. Na dose certa, a radiação era eficiente para matar o tumor, mas qualquer erro na dosagem poderia danificar os tecidos sadios próximos.

Em 1924, Belo Horizonte, com uma população de 75 mil pessoas, registrou 56 mortes por câncer, de modo que a inauguração do Instituto de Radium, em 1922, representou muito mais que a criação do primeiro hospital oncológico do Brasil,

segundo a historiadora Ethel Mizrahy Cuperschmid, do Centro de Memória da Medicina da UFMG, que estudou os primeiros anos do hospital com sua colega Maria do Carmo Salazar Martins. "Com agulhas radioativas e outros equipamentos e médicos modernos, o instituto atraiu doentes de todo o Brasil”

Marie Curie, uma grande mulher que lutou bravamente para defender suas ideias e seu projetos, se hoje em 2021 já é difícil para as mulheres se colocarem e se destacarem diante da nossa sociedade, visto que infelizmente elas ainda não tem as mesmas oportunidades que são dadas aos homens, imaginem o que Marie teve que enfrentar em sua época?

Mantenha o foco, defenda seus ideais e lute por seus projetos, se o reconhecimento exterior vier, ótimo, excelente, mas se não vier fique orgulhosa da sua luta e de suas conquistas e internamente saiba que você cumpriu com sua missão e atingiu seus objetivos e assim tudo conspirará a seu favor em nosso planeta tão necessitado de evolução.

Um agradecimento especial a minha amiga Elise que me fez chegar a essa incrível mulher e a essa linda história!


 

Boa semana a todos

 

Fontes:

http://www.acadmedmg.org.br/

https://revistagalileu.globo.com

 

 

 

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